É difícil determinar qual o perfil ideal do proprietário de uma loja de umbanda. Em geral, duas características devem estar presentes nestes empreendedores: tolerância e respeito (como já foi mencionado em outros artigos). A tolerância a diversidade, sobretudo religiosa, e o respeito as diferenças, sobretudo socioculturais.
Falando particularmente, diante de tudo o que conversamos até agora, aparentemente o perfil do proprietário de uma loja de umbanda não deveria ser de um ateu, pois a sua racionalidade o levaria a zombar das práticas umbandistas, implodindo espiritualmente e de dentro para fora o seu próprio negócio. Observe com atenção o que digo: Não deveria ser ateu!
No entanto, não há qualquer impedimento legal para que uma pessoa que não acredite em Deus seja proprietário de um estabelecimento que comercializa produtos religiosos. No entanto, o fato de ser ateu poderá levantar questões de ordem moral e espiritual difíceis de se contornar. Por exemplo, um funcionário brincalhão poderia dizer a um cliente: Meu patrão vende produtos religiosos mas ele não acredita em Deus.
Esta simples brincadeira poderia afastar um cliente mais sensível, escandalizando-o. Não se esqueça que uma loja de produtos de umbanda não é um negócio qualquer. É imprescindível acreditar que a mesma se sustenta sobre duas estruturas: física e espiritual. Os produtos, portanto, não são os mesmos de um comércio qualquer. Tratam-se de mercadorias especialmente trabalhadas, muitos produtos feitos à mão e consagrados à entidades espirituais.