Por que devo pensar em configurar a minha futura loja de umbanda também como um ambientes etnográficos? Acredito que você já tenha entrado em uma loja de umbanda. Se nunca entrou, deve imaginar um ambiente colorido, de corredores apertados, uma grande variedade de produtos nas prateleiras e outros tantos pendurados no teto.
Em qualquer lugar onde esteja se sentirá abraçado pelas mercadorias e ficará tentando não derrubar ou quebrar os objetos. Sempre me senti muito à vontade nestas lojas, muito embora há pessoas que se sintam oprimidas. A verdade é que estes ambientes de alguma forma expressam a organização mental de seus proprietários, bem como uma imagem que se reproduz ao longo do tempo de que uma loja de produtos de umbanda precisa ter esta ou aquela configuração.
O legado das culturas e religiosidade afro-brasileira também é um legado etnográfico. A umbanda além de absorver o culto aos orixás das nações do candomblé, incorporam elementos sincréticos complexos do catolicismo aos rituais xamanísticos da pajelança. Todos estes horizontes etnográficos que as lojas de produtos de umbanda absorvem em função de sua própria finalidade comercial, poderiam se traduzir na criação de ambientes internos que desafiem a lógica capitalista oferecendo, por exemplo, espaços interculturais de aprendizagem, reflexão e diálogo.
Observe que o que estou tentando te levar a compreender é que a tua organização mental será revelada na organização de tua loja de umbanda. Para que você possa responder a questão “por que devo pensar minha futura loja de umbanda como um espaço etnográfico”, é necessário que mantenha tua mente aberta para o aprendizado e sempre esteja disposto a mudar de opinião quando perceber que é a hora. Quem sabe a hora não é agora? Não posso falar por você! Então, cabe a você fazer uma autorreflexão constante e neste processo descobrirá o teu caminho.
